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Garimpo ilegal no PA pode causar queda de linha de transmissão de energia elétrica, diz empresa

Problema também pode provocar desabastecimento temporário no sistema nacional, que é interligado.

ASCOMSEMAS

A empresa responsável pelo linhão da usina hidrelétrica de Belo Monte afirma que o retorno de garimpeiros ilegais à região do Xingu, no sudeste do Pará, pode trazer risco de queda das torres de transmissão e provocar um desabastecimento temporário no sistema nacional, que é interligado.

A companhia também disse que está preocupada com a segurança dos funcionários e que orientou o trabalho sem identificação para evitar que sejam atacados por invasores.

Durante inspeção em junho, a empresa constatou que garimpeiros estão explorando ilegalmente nas áreas perto de torres de energia, em cinco municípios no sudeste do Pará.

Os técnicos encontraram pontos de sondagem perto dos cabos de energia. Em uma área, as estradas revelam que a exploração é de grande porte, na base de uma das torres. A vistoria também mostrou a retirada de minério bloqueando um dos acessos ao linhão.

O desmatamento, segundo a empresa, pode provocar deslizamento de terra em direção às estruturas.

A linha de transmissão, inaugurada em 2017, tem mais de dois mil quilômetros e começa na região do Xingu, no Pará, indo até a subestação de Estreito, em Minas Gerais, atravessando 65 municípios nos estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais.

Desde o fim de 2018, a empresa Belo Monte Transmissora de Energia vem denunciando o caso à Agência Nacional de Energia Elétrica, ao Ministério Público e a órgãos de fiscalização ambiental.

Em maio, a Polícia Federal fez uma operação na região e apreendeu máquinas usadas no garimpo. Uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma.

Um mês depois, a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Semas) também montou uma ação para combater a extração ilegal de minério.

O Instituto Socioambiental, organização que denuncia crimes ambientais no Xingu, afirma que o desmatamento na faixa do linhão pode estar revelando uma nova fronteira de garimpos no Pará.

Para Bivianny Rojas, do Instituto Socioambiental, há evidência de que o garimpo saiu de controle na região amazônica.

"Em momento em que o Ibama estava conseguindo o desmantelamento de garimpos, as operações foram suspensas e a consequência é comprometer outras atividades legais na região e até, inclusive, a prestação de serviços públicos", afirma.

O operador nacional do sistema elétrico declarou que monitora situações que possam interferir no funcionamento do sistema interligado nacional e que está preparado para manter o suprimento de energia no país.

O MPF afirmou que pediu à PF abertura de inquérito.

A Agência Nacional de Energia Elétrica não quis comentar.

O Conselho Nacional da Amazônia não respondeu ao pedido de informações.


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