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PUBLICAÇÃO DO PROJETO


GT 03 – Colonialidade e Grandes obras de Infra-estrutura:

hidrelétricas, portos, hidrovias, rodovias e ferrovias.

FAMÍLIAS RIBEIRINHAS: MEMÓRIAS DE VIDA E TRABALHO FRENTE À CONSTRUÇÃO DE BELO MONTE


Elizabete de Lemos Vidal (UFPA)

vidal@ufpa.br

Maria Ivonete Coutinho (UFPA)

ivonet@ufpa.br


RESUMO


A construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte atingiu, diretamente, centenas de famílias, obrigando-as a abandonar suas casas. Tendo em vista que os estudos realizados pelos EIA-RIMA, Estudos de Impactos Ambientais e Relatórios de Impactos Ambientais não previram os impactos que a barragem do rio iria causar às histórias de vida e trabalho de moradores das áreas atingidas pelo empreendimento, este estudo identifica, registra, investiga, debate e divulga as transformações socioeconômicas e as práticas ambientais vivenciadas pelas famílias ribeirinhas impactadas. Os depoimentos revelam que suas histórias e suas memórias estão, aos poucos, condenadas ao esquecimento. Ao estudar a memória coletiva, HALBWACHS (2011) afirma que os costumes locais resistem às forças que tendem a transformá-los. Entretanto, no caso específico de Belo Monte, essa resistência inexiste em razão do processo de deslocamento involuntário a que são submetidas muitas famílias, obrigadas a deixar para trás até mesmo os cemitérios onde estão enterrados pedaços de sua memória individual e coletiva. “[...] A gente tá deixando muita coisa, primeiro nossa história, eu nasci aqui. Meu umbigo foi cortado aqui, através de parteira. Nós temos o cemitério onde está (sic) os restos mortais dos nossos parentes e tudo isso vai ficar pra trás. Pra nós, isso é triste ter que deixar eles aí. Tudo bem, é uma pedra são ossos, mas é o que a gente gosta. Eles estão ficando aí e a nossa história vai deixar de existir. (Sr. Manoel, morador da Volta Grande do Xingu).


Palavras-chave: Hidrelétrica, Belo Monte, História, Memória



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